Reduzido a pó pelas traças, me sinto como velho livro. Largado de lado numa estante a bel dispor de secretária do lar com espanador e avental babado.
O cansaço mental é mais que físico agora, visto que de tanto engolir letras aos gofos em palavras, meu cérebro incha e já não cabe dentro da caixa óssea a seu redor.
Porém há de se continuar a lamúria da busca pelo conhecimento infindável encravado em folhas de papél, riscado por um alguém mais doido que eu e mais sabido também.
Fome de conhecimento é alimento da insônia e do desprezo pelo tempo. Objeto de desejo incurável, pura ganância materializada através de um óculos torto, cabelo bagunçado, cinto desapregoado e um sapato velho.